sábado, 30 de julho de 2011

ABRAÇANDO A IMPERFEIÇÃO


Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.

Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, tomates e torradas (bastante queimadas) defronte ao meu pai.
Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:

" - Baby, eu adoro torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite a meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:

" - Companheiro, sua mãe teve hoje um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada.... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor empregado, ou cozinheiro!"

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Esta é a minha oração para você, hoje. Que possa aprender a levar o bem, o mal, as partes feias de sua vida, colocando tudo aos pés do Espírito.
Afinal, ele é o único que poderá lhe dar uma relação na qual uma torrada queimada não seja um evento destruidor."

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos e com amigos.

Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio.
Veja pelos olhos de Deus e sinta pelo coração dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo a sua.
As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse.
Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentirem.


[recebi sem autoria]


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imagem - santoantoniodf.com

quinta-feira, 28 de julho de 2011

VIVENDO DE MODO CONSCIENTE


O que diferencia o homem dos demais seres vivos é a consciência.

Entretanto, a maioria de nós vive movida pelas reações instintivas, que nos levam a comer, beber, dormir e praticar sexo, de maneira totalmente inconsciente, como os animais irracionais.

O primeiro estágio da consciência diz respeito ao corpo físico.

É preciso estar atento às suas mensagens, pois o corpo fala, manifesta seus desejos e necessidades.

Porém, a maior parte das pessoas ignora essa linguagem, e não se preocupa, por exemplo, com os alimentos que coloca dentro de seu corpo, como se ele tivesse o poder mágico de transformar venenos em substâncias benéficas.

A maior prova disso é que muitos são incapazes de se lembrar do que comeram no dia anterior, ou até mesmo no próprio dia.

Quando sentem algum problema de saúde e vão ao médico, este precisa adivinhar o que pode ter causado o desequilíbrio, pois se perguntam ao paciente sobre seus hábitos e atitudes em relação ao corpo, estes se mostram totalmente inconscientes destes processos.

Viver de modo consciente significa estar totalmente presente em cada pequeno gesto cotidiano, como andar, comer, banhar-se, limpar a casa, bem como prestar atenção aos sinais que o corpo emite quando algo não vai bem.

O momento do banho é ótimo para que comecemos este treino.

Passe a observar como você toma banho, por que parte do corpo inicia a lavagem, e procure mudar periodicamente, para que este não se torne um hábito mecânico e robotizado.

Sinta o prazer que a água caindo sobre o corpo proporciona, curta este estado de relaxamento.

O segundo estágio da consciência diz respeito à mente.

Procure observar o fluxo de pensamentos constantes que passa por sua mente.

Veja se a maioria deles é positiva ou negativa.

A mente, de modo geral, sempre procura nos focar no passado, nas experiências que não deram certo, nos sofrimentos, ou no futuro, fazendo com que temamos que aquilo se repita.

Portanto, é fundamental que você passe a tomar consciência do tipo de pensamentos que costuma ter, pois esta é a única maneira de você tornar-se senhor da sua mente, ao invés de escravo dela.

O terceiro estágio é a consciência dos sentimentos.

Observe qual o sentimento que está por trás de cada atitude ou reação que você tem aos acontecimentos cotidianos.

Ter consciência dos próprios sentimentos e daquilo que o motiva, é um passo essencial para conhecer a si mesmo e libertar-se do estado de adormecimento em que se encontra a maior parte dos seres humanos.



*Elisabeth Cavalcante*



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terça-feira, 26 de julho de 2011

UM HOMEM SEM CABEÇA


(conto argelino)

Esta é a aventura do famoso Jouha. Na Argélia chamam-lhe Jha, ou então, Ben Sakrane. Mais a leste, conhecem-no como Nasredin Hodja. Na realidade, trata-se de Till Eulenspiegel ou de Jean le Sot; o louco que vende a sua sabedoria, aquele que zurra como um burro para ser ouvido, e que às vezes é dono de uma esperteza imbatível.

Um dia, Jha encontrou alguns amigos prontos para combater. Tinham escudos, lanças, arcos e aljavas cheias de setas.

— Onde vão nesses preparos? — perguntou-lhes.

— Não sabes que somos soldados profissionais? Vamos tomar parte numa batalha, que promete ser dura!

— Óptimo, eis uma oportunidade para ver o que acontece nessas coisas de que ouvi falar mas que nunca vi com os meus próprios olhos. Deixem-me ir convosco, só desta vez!

— Está bem! És bem-vindo!

E lá foi ele com o pelotão que se ia juntar ao exército no campo de batalha.

A primeira seta acertou-lhe em cheio na testa!

Depressa! Um cirurgião! O médico chegou, examinou o ferido, meneou a cabeça e declarou:

— A ferida é profunda. Vai ser fácil remover a seta. Mas, se tiver a mais ínfima parte de cérebro agarrada, está perdido!

O ferido agarrou na mão do médico e beijou-a, exprimindo a sua “profunda gratidão para com o Mestre”, e declarou:

— Doutor, pode remover a seta sem medo; não vai encontrar nela a mais ínfima parte de cérebro.

— Esteja calado! — disse o médico. — Deixe os especialistas tratarem de si! Como sabe que a seta não atingiu o seu cérebro?

— Sei-o bem demais — disse Jha. — Se eu tivesse a mais pequena partícula de cérebro, nunca teria vindo com os meus amigos.

Margaret Read MacDonald Peace Tales Arkansas, August House Publishers, Inc., 2005



texto - http://contadoresdestorias.wordpress.com

imagem - angelicarantes.blogspot.com

domingo, 24 de julho de 2011

DESABAFO CONTAGIANTE


Fui criado com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os "lanterninhas" dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.

Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos,e/ou mais velhos, mais afeto.

Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.

Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo que meus filhos um dia temerão.Pelo medo no olhar de crianças,jovens,velhos e adultos. Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar,roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidades de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.

Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz são abuso de autoridade.
Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.

Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão. Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. O que aconteceu conosco?

Professores surrados em salas de aula,comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas.

Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte. Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos que recém largaram as fraldas. TV,DVD, telefone, vídeo-game, o que vai querer em troca desse abraço, meu filho?

Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais vale dois vinténs do que um gosto. Que lares são esses? Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga. O que é aquilo?

Uma árvore, uma galinha, uma estrela.
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?
Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho?
Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede
roupa, comida, calçado sem sentir medo?
Quando foi que fechei a janela do meu carro?
Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz.
Quero de volta a lei e a ordem, a liberdade com segurança.
Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores.
Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho.
Quero a vergonha, a solidariedade e a certeza do futuro.
Quero a esperança, a alegria.
Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Não quero listas de animais em extinção.
Não quero clone de gente, quero cópia das letras de música, cultura e ciência.
Eu quero voltar a ser feliz!
Quero dizer basta a esta inversão de valores e ideais.
Quero mandar calar a boca de quem diz "a nível de", "enquanto pessoa","visa resgatar".

Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem rouba, quem ultrapassa a faixa, quem não usa cinto, quem não dignifica meu/seu voto.
Quero rir de quem acha que precisa de silicone, lipoaspiração,dieta, cirurgia plástica, carro zero, laptop, bolsa XYZ, calça ZYX para se sentir inserido no contexto ou ser "normal".

Abaixo o "TER", viva o "SER"!

E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu.

ADORO O MEU MUNDO SIMPLES e COMUM.

Vamos voltar a ser "gente"? Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base.
A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...
Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia? Não...se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas... hein?!

Quem sabe?...

"Por um mundo mais humano !!!


(Desconheço o Autor)


texto - internet
imagem - dehynha.multiply.com

quinta-feira, 21 de julho de 2011

OLHOS AZUIS


Emy era uma linda menina de 3 aninhos de idade. Ela morava em algum lugar dos EUA, em frente ao mar. Sua família era cristã. Eles iam todos os domingos à igreja e faziam culto doméstico... Emy era muito feliz! Ela amava sua família e admirava os olhos azuis de seu pai, sua mãe e seus irmãos.
Todos na casa de Emy tinham olhos azuis. Todos...MENOS Emy!!!
O sonho de Emy era ter olhos azuis como o mar... Ah! como Emy desejava isso!!!! Um dia, na escola dominical, ouviu a "tia" dizer:
"DEUS RESPONDE A TODAS AS ORAÇÕES!"
Emy passou o dia todo pensando nisso...
À noite, na hora de dormir, ajoelhou ao lado da sua cama e orou:
"Papai do Céu, muito obrigada porque você criou o mar que é tão bonito!
Muito obrigada pela minha família. Muito obrigada pela minha vida!
Gosto muito de todas as coisas que você fez e faz! Mas...gostaria de pedir...por favor... quando eu acordar amanhã, quero ter olhos azuis como os da mamãe!
Em nome de Jesus, amém." Ela teve fé. A fé pura e verdadeira de uma criança.
E, ao acordar, no dia seguinte, correu para o espelho. Olhou...e qual era a cor de seus olhos?... CONTINUAVAM CASTANHOS!! Por que Deus não ouviu Emy?
Por que não atendeu ao seu pedido? Isso teria fortalecido sua fé?
Bem...naquele dia, Emy aprendeu que NÃO também era resposta!
A menininha agradeceu a Deus do mesmo modo... mas...não entendia...só Confiava.
Anos depois, Emy foi ser missionária na Índia. Ela "comprava crianças para Deus" (as crianças eram vendidas por suas famílias - que passavam fome,para serem sacrificadas no templo, e Emy as "comprava" para libertá-las desse sacrifício).
Mas, para poder entrar nos "templos" da Índia,sem ser reconhecida como estrangeira,precisou se disfarçar de indiana:
passou pó de café na pele, cobriu os cabelos, vestiu-se como as mulheres do local e entrava livremente nos locais de venda de crianças. Emy podia caminhar tranqüila em todo "mercado infantil", pois aparentava ser uma indiana.
Um dia, uma amiga missionária olhou para ela disfarçada e disse:
"Puxa, Emy! Você já pensou como você faria para se disfarçar se tivesse olhos claros como os de todos da sua família?
Que Deus inteligente nós servimos... Ele lhe deu olhos bem escuros, pois sabia que isso seria essencial para a missão que lhe confiaria depois!!!"
Essa amiga não sabia o quanto Emy havia chorado na infância por não ter olhos azuis... Mas Emy pôde, enfim, entender o porquê daquele não de Deus há tantos anos!


Desconheço o Autor


texto - internet

imagem - poesias.omelhordaweb.com.br

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ORAÇÃO



Quiido Papai do Céu:

Pu favoi,
põe bastante zuízo nas zentes gandes.
Ensina eles a respeitá os bicinhos,
as forzinhas, as matas, os rios, as paias,
o mar e todo o ar do céu,
pa zente num picisá inalação nem inzeção
qui cura dodói e faz oto dodói.
Ensina eles a num bigá, num fazê
tanta cara feia, num zogá tanta bomba,
num dessá tanta zente sem casinha, sem papai,
sem mamãe, sem papinha.
Ensina eles, Papai do Céu, a ficar bem quetinhos no seu colinho,
qui cura tudo lá dento du coração,
aí eles vão fica bem milor, bem mais bunitinhos!
I a zente vai podê tê futuio nessa Terra
linda qui cê deu pa nóis!
Tem pacênça, Papai do Céu, eles apende!
Muito bigado,
Assim seja viu!!!,

um bezo de todas as crianças.
e desta criança aqui também

Joginho

texto e imagem - internet

quarta-feira, 13 de julho de 2011

HUMOR - CASAMENTOS SÃO TODOS IGUAIS


Casamentos são todos iguais
Depois do divorcio...
Ele: - Alô?
Ela: - Pronto.
Ele: - Voz estranha... Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se
casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com
as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear
no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante
horas... (Silêncio).
Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que
comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone...
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço... Trabalhar fora, cuidar das crianças e
ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite...
Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções...
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo... As poucas coisas que eu achava que estavam
certas...Isso também era errado!?
Ela: - Evidente, a gente não conversava nunca...
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um
impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As
mulheres são de Marte.
Ela: - E vocês são de Saturno! (Silêncio... )
Ele: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar,ninguém pra me dizer o
que devo fazer...
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer
qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como
qualquer mortal..
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você
lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável... Sinceramente, eu
não sei o que faria sem você? Ou você acha que fazer vinte
caipirinhas numa tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo
da Copa do Mundo era realmente o meu grande objetivo na vida?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Carla, eu detesto futebol.
Ela: - Carla!? Esqueceu meu nome também? Alexandre,você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo! ... Silêncio...
Ele: - De onde está falando?
Ela: - 2578 9922.
Ele: - Não é o 2579 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.


(Luiz Fernando Veríssimo)


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imagem - nacodeprosa.blogspot.com

sexta-feira, 8 de julho de 2011

JOGO DE CINTURA


Quando afinal, tudo estava certo, no lugar exato, se encaixando, tudo mudou. Outra vez.
A história era bem aquela, as coisas não eram bem assim, o caminho não é mais aquele, a pessoa não era tão legal, o namoro acabou, o casamento gorou, o emprego dançou. De repente, o susto de novo, a falta de chão. Tudo que era deixa de ser. Muda o panorama, o horizonte, a perspectiva, a vida. Canseira, preguiça, raiva.
Quando chegará a minha vez? Nunca. Pelo menos não desse jeito que a gente fantasia "a nossa vez". Não existe um momento estático em que tudo fica em um determinado jeito ruim, nem um determinado jeito bom. O bom e o ruim passam. Só há uma coisa segura, certa e imutável na vida: Nada é seguro, certo e imutável.
Por isso, não adianta ficar esperando a vez chegar. A vez já chegou, está sendo agora, o melhor a fazer é aproveitar a mudança para ver, refletir, mudar o ponto de observação, considerar o mundo sob uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento.
Não adianta olhar pra trás e curtir aquela dorzinha funda, por trás da mudança: infelicidade de agora lembrando da felicidade de ontem.
Mais construtivo é viver com a mudança. Algumas reflexões que passam pela minha cabeça, quando me vejo na situação de enfrentar a mudança.
Não é bom controlar o mundo lá fora, segurar, prender, forçar para que as coisas se encaixem em um jogo de quebra-cabeça criado pela nossa imaginação.
Controlar o de fora é impossível. Quebra! O negócio não é esperar que o mundo se adapte a nós. Nós temos que mudar para estar em harmonia com a nova situação lá fora.
Ter flexibilidade. Jogo de cintura. Ser leve. Retirar peso. Flutuar como pluma, dançar com o vento, sem resistência, sem oposição.
Pensar que a mudança por pior que seja, sempre traz com ela um certo alívio. Passado um período difícil de transição, cheio de incerteza e confusão, vem o prazer da descoberta do novo, o novo lugar, o novo ambiente, a nova alegria e a esperança da reconstrução.
O movimento cai, levanta, constrói; cai, levanta, constrói, de novo e de novo enrijece o músculo, aumenta a elasticidade, a força, o jogo de cintura, a capacidade de viver melhor a vida.
Sobretudo não ter medo de perder. Com medo de perder, não se arrisca. Com medo de morrer não se vive.
Lembrar que na praia, cada onda que cresce e se desenvolve deve à sua beleza, ao desmanchar da onda que a procedeu. E considerar as perdas como batalhas, não como a grande guerra.
Enfrentar o momento da partida, mesmo quando não se tem um lugar certo para ir.
Abrir para o desconhecido, deixar o desconhecido entrar e atrapalhar.
Olhar a mudança como o natural e não a exceção. A surpresa, a coisa ruim. Viver é um processo. Mudança é vida. Só não muda quem está morto. E nós estamos "vivinhos da Silva".


(Fátima Ali)


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quarta-feira, 6 de julho de 2011

OFÍCIO PATERNO


Conta-se que um homem, ainda jovem, querendo saber o segredo de ser um bom pai, foi visitar um sábio que vivia numa alta montanha. Sendo recebido por ele, foi logo expondo o seu problema.
- Estou aqui porque preciso da sua orientação. Não sei bem como lidar com meus filhos. Se sou severo com eles, acusam-me de ser ditador, se sou atencioso, gentil, tomam-me por fraco...Amigo, me diga qual é a melhor forma de criar os filhos!

O sábio ouviu-o atentamente e limitou-se a entregar-lhe um cinzel e um bloco de madeira, dizendo:
- Pega isso, filho, e leva contigo. Quando tiveres esculpido uma obra de valor, traga-a aqui e terás a resposta que procura.

O jovem pai olhou-o surpreso. Não quis ser descortês com quem lhe dispensara um pouco do seu tempo e fizera a gentileza de recebe-lo em sua casa. Meio decepcionado, pegou o que o sábio lhe oferecia, levantou-se e saiu.

Mais entristecido do que nunca, chegou em casa cabisbaixo.

Os filhos logo o cercaram querendo saber para que serviam aqueles instrumentos. Ele se deixou envolver pela alegria contagiante das crianças e logo se viu sentado entre elas tentando esculpir na madeira.

Passaram-se os dias, quase sem ele perceber. Conseguira concluir sua obra! Então, subiu novamente á montanha e, orgulhoso, apresentou ao sábio o resultado de seus esforços.

Tomando a escultura nas mãos, o sábio observou e apreciou cada detalhe.
- Muito bem! Disse ele dirigindo-se ao pai. - Ao esculpir a madeira, como eram os golpes que você dava com o cinzel? Fortes ou fracos?
- No início eu dava golpes duros, secos, desajeitados. Percebi que isso prejudicava a madeira. Mas fui aos poucos adquirindo prática e, então, fui aprendendo a golpear com menos força, a usar melhor o cinzel, a tirar somente as lascas que fossem necessárias. Aprendi a conhecer a madeira, a amar a obra. Conseguia visualizar quão bela seria mesmo antes dela tomar forma. Aprendi a respeitar suas limitações, e as minhas, a saber que para cada obra é necessário um tipo de madeira, que é preciso paciência, cuidado com os detalhes, saber olhar. Aprendi que outros podem me ajudar, mas cabe a mim a tarefa de terminar. Aprendi a não esperar a perfeição, visto que meus próprios esforços são imperfeitos, e que muitas vezes ainda vou errar. Aprendi que, mesmo se houvesse um modelo a seguir, cada obra é única, não aceita imitação. Aprendi que a beleza já reside na madeira, minha função é apenas ajuda-la a vir para fora. Aprendi que por detrás de uma aparência rude, descuidada e até danificada, pode estar uma madeira
nobre, precisando de reparos, que pode ser recuperada se souber trabalhar nela com carinho. Aprendi a olhar para dentro de mim mesmo, mas a não permanecer apenas lá. Aprendi que quanto mais perto de Deus me sentir, mais passo isso para o que estou fazendo. Aprendi que estou aqui para aprender mais do que para ensinar...
- Muito bem, meu amigo, concluiu o sábio - Aprendestes o ofício paterno.
Aprendestes a ser Pai!


Regina Célia Suppi


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sábado, 2 de julho de 2011

O EXEMPLO SEMPRE FALA MAIS ALTO


Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.

Albert Schweitzer


As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento.

Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.

Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.

O discípulo se aproximou com respeito e perguntou, ansioso pela resposta:

- Mestre, qual o sentido da vida?

O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.

Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.

O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.

Cheio de alegria, o jovem declarou:

- Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.

Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.

O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:

- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.

.........................

Pense em como aquilo que você faz todos os dias, está influenciando os outros. Por isso, aja sempre no bem. Faça as coisas corretas, começando pelas pequenas coisas como, por exemplo, manter limpa a cidade.

Seja você aquele que não joga papel no chão. Coloque-o no bolso, na bolsa, num lugarzinho no chão do carro. Quando passar por uma lixeira, deposite-o ali.

Seja você aquele que respeita os sinais de trânsito. Não estacione seu carro sobre a calçada. Não estacione em fila dupla.

Respeite as filas de ônibus, do banco, do supermercado, em qualquer lugar. Espere a sua vez sem reclamar nem xingar. Preserve a paz.

Não arranque flores dos jardins públicos, mesmo que seja para plantar em sua casa, em seu jardim. Preserve o que é de todos.

Enfim, dê o bom exemplo em tudo. Ao seu lado, sempre haverá uma criança, um jovem, um adulto, alguém enfim que se achará no direito de fazer o que você faz, principalmente se você for alguém que ele respeita, como o pai, a mãe, o professor, o melhor amigo, o político conhecido na cidade

E lembra-se: "mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga."


Desconheço o autor


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imagem - tvbrasa.wordpress.com


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