domingo, 2 de dezembro de 2012

A LIÇÃO DO MÁRMORE

 No museu de fama internacional, o piso totalmente coberto por belíssimos azulejos de mármore recebia as visitas todas os dias, especialmente para admirarem uma estátua, toda em mármore, enorme, exibida no meio do salão de entrada.  
Pessoas do mundo inteiro vinham admirá-la. Os mais entendidos se detinham a observar a perfeição dos seus traços. Os românticos falavam da suavidade das linhas, mas todos, sem exceção, elogiavam a sua beleza.
Certa noite, os pisos de mármore começaram a falar e reclamar com a estátua:  
- Estátua, isto não está certo. Absolutamente, não! As pessoas vêm, pisam e pisam em nós só para admirar você. Ninguém olha para nós e muito menos se dá conta de que também temos a nossa beleza. Isto não é justo.  
- Meu querido amigo, piso de mármore, você ainda se lembra de quando eu e você estávamos na mesma caverna? Perguntou a estátua.  
- Sim! É por isso que eu acho tudo muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e agora recebemos tratamento tão diferente. Não é justo! - chorou novamente o piso.  
A estátua continuou a explicar:  
- Então, você ainda se lembra do dia em que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às ferramentas?  
- Sim, claro que me lembro. Odiei aquele sujeito! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim? Doeu demais!  
- Isso é certo! Ele não pôde trabalhar nada em você, porque você resistiu à sua ação.  
- Quando ele desistiu de você, veio para mim. Eu era um bloco de mármore sem forma. Em vez de resistir como você, imediatamente soube que ele me tornaria algo diferente. Não resisti. Agüentei todas as ferramentas dolorosas que ele usou em mim.  
O piso resmungou alguma coisa e a estátua concluiu:  
- Meu amigo, há um preço para tudo na vida. Nem sempre é fácil. Às vezes é muito difícil e doloroso. Mas temos que aprender e suportar os sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformar em algo mais belo. 
 

Com base no artigo Colcha de retalhos, de autor desconhecido, 
tradução de Sérgio Barros, da Revista Harmonia, junho. 2001.


imagem - plimplimhistorias.blogspot.com

3 comentários:

Marcia disse...

Maravilhoso!!!
Precisamos sofrer nas intempéries para nos melhorarmos. Cada um de nós passamos pelas nossas dores, mais no final eremos melhores.
Com a perda da minha sobrinha, ainda tao jovem, meu natal vai ser um pouquinho triste, mas de aceitacao.
A msm dor q estou compartilhando com toda a minha família.
Mas estamos aceitando com humildade pois o sofrimento faz parte do nosso burilamento, como acontece com o mármore bruto e duro.
Beijao <3

Professor moreijo disse...

Amigo Nectan, belo exemplo pode ser dificil, mas vale o sofrimento...valeu....fuiiii

Estrela disse...

Simplesmente lindo.

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