quinta-feira, 29 de julho de 2010

O MAIOR INIMIGO DO HOMEM PODE SER VISTO OLHANDO-SE NO ESPELHO


Se um homem entra em uma briga física com outro homem e é derrotado, esse fato o persegue por muito tempo e surgem sentimentos como vergonha, ira e sede de vingança.
Um animal, quando disputa o território com outro de sua espécie,
e perde, não age da mesma maneira.

Muitos podem dizer que os animais são seres irracionais e que, portanto,
não teriam como "remoer" a derrota, porém, não lhe parece irracional se amargurar por algo que já está no passado?
Não seria mais racional retomar a vida e seguir em frente apesar da derrota ( fato comum na vida de todo ser humano )?

Um dos maiores esportistas brasileiros nos dá uma grande lição de superação.
Após um acidente, Lars Grael teve uma de suas pernas amputadas,
no entanto, esse terrível fato não o impediu de mostrar sua força de superação.
Em uma entrevista perguntaram ao atleta:
"Após o acidente, como você aprendeu a conviver com a deficiência física?"

"Inicialmente é sempre um trauma, mas o exemplo de outros atletas e
de pessoas que passaram por problemas iguais ou piores..." – respondeu Lars -
"... me fez ver que a minha vida não tinha acabado.
Era possível viver e ser feliz convivendo com a minha deficiência."

Atualmente, o campeão dedica-se ao esporte e à política em prol
de pessoas com deficiência e idosos.

É preciso
determinação e perseverança nos momentos mais difíceis.
Essa combinação talvez seja uma das essências dos resultados positivos.

As pessoas que vencem aprendem a ser maiores que seus problemas e
dificuldades, e não se intimidam diante de derrotas temporárias.
Tanto perder quanto ganhar faz parte do jogo da vida.

Temos tantos exemplos de profissionais que deixaram de lado a lamentação
por um tropeço, e abandonaram a idéia de fazer drama ou
se sentirem desprestigiados após perderem um cliente,
um negócio ou um emprego.

Não estou fazendo apologia à derrota como grande professora,
mas estou querendo mostrar que as perdas devem ser vistas
como um processo de aprendizagem.
Dura e cruel, difícil de engolir, mas necessária nos momentos de
crescimento e evolução de cada um de nós.

Imagine a cabeça de um jogador profissional ao perder
dois pênaltis em uma mesma partida.
Isso aconteceu de fato e o profissional ficou apagado o restante da
partida e no final, saiu de cabeça baixa.

O maior cestinha do mundo novamente nos dá uma valiosa lição de perseverança
e presença de espírito. Muitos jogadores deixam de arriscar quando a bola não entra nos primeiros arremessos.
Oscar, ao contrário, continua arremessando mesmo quando erra e
a explicação dele é simples, mas genial:
"Continuo porque sei que, a partir de um momento, a bola vai começar a entrar".
E como sabemos, a bola entra mesmo.

Não existe vergonha em ter problemas ou sofrer derrotas.
Isso acontece comigo, com você e com todos que não usam capa de
super-herói e saem voando pela cidade afora.
Terrível é se permitir levar uma vida medíocre, com resultados ínfimos,
por medo de arriscar-se.

Tirar das derrotas lições de vida a serem aplicadas ao nosso cotidiano
deixou de ser algo distintivo e passou a ser uma obrigação de cada um de nós.

Mas não acredite que derrotas e fracassos sejam a mesma coisa.
Derrotas são momentâneas.
Fracassos se tornam permanentes pelo fato de adquirirmos
medo do que vem pela frente.

É fácil seguir em frente quando a "maré" está boa,
o difícil é prosseguir quando a situação é crítica.
São nesses momentos que os super-heróis sem capa mostram sua força.

Fábio Violin


texto - internet
imagem - peregrinacultural.files

terça-feira, 27 de julho de 2010

FÁBULA SIMPLES


Quando o diamante já talhado se abeirou da pedra preciosa, saída de cerro áspero, clamou, irritadiço:

― Que coisa informe! Rugosidades por todos os lados!... Que farei de semelhante aborto da Natureza?

E roçou, com superioridade, sobre a pedra bruta.

A pobrezinha, mal saída do solo em que dormira por milênios, sentindo-se melindrada, tentou reclamar; entretanto, ao observar o clivador, cheio de esperança na utilidade que ela podia oferecer, calou-se.

Findo o dia, o operário recebeu o salário que lhe competia e contemplou-a, tomado de gratidão.

A pedra intimamente compensada, esperou.

No dia seguinte, veio o martelo cônico e, desapiedado, riu-se dela, exclamando:

― Nariz de rochedo, quem teria o mau gosto de aperfeiçoar-te? Porque a infelicidade de entrar em comunhão contigo, seixo maldito?

O cristal sofredor ia revidar, mas vendo que o trabalhador, que mobilizaria a massa contra ele, o mirava com enternecimento, preferiu silenciar, entregando-se paciente à nova operação de lapidagem.

Sabendo, em seguida, que o operário obtinha, feliz, substanciosa paga, reconheceu-se igualmente enriquecido.

Mais tarde, apareceu o pó de diamante, que gritou, irônico:

― Porque a humilhação de trabalhar essa pedra amarelada e baça? Quem teria descoberto esse calhau feio e desvalioso?

A pedra ia responder, protestando; contudo, reparou que o lapidário a fixava com respeito, denotando entender-lhe a nobreza interior, e, em homenagem àquele silencioso admirador de sua beleza, emudeceu e deixou-se torturar.

Quando o lapidador recolheu o pagamento que lhe cabia, deu-se ela por bem remunerada.

Logo após chegou a mó de polir, que falou, mordaz:

― Esta velha cristalização de carbono é indigna de qualquer tratamento... Que poderá resultar dela? Porque perder tempo com este aleijão da mina?

A pedra propunha-se aclarar a situação; contudo, notando a jubilosa expectativa do artífice,que lhe identificara a grandeza, aquietou-se, obediente, e suportou com calma todos os insultos que lhe foram desferidos sobre as faces, até que o próprio polidor a acariciou, venturosamente.

Sem perceber-lhe o valor, o diamante talhado, o martelo, o pó de diamante e a mó viram-na sair, colada ao coração do operário, em triunfo, permanecendo espantados e ignorantes, na sombra da suja caverna de lapidação em que a presença deles tinha razão de ser.

Passados alguns dias, a pedra convertida em soberbo brilhante foi engastada no cetro do governador do seu país natal, passando a viver, querida e abençoada, sob a veneração de todos.

Se encontras-te no mundo criaturas que se fizeram diamante descaridoso, martelo impiedoso, pó irônico ou mó sarcástica sobre o réu coração, suporta-as com paciência, por amor daqueles que caminham contigo, e espera, sem desânimo, porque, um dia, transformada a tua alma em celeste clarão, virás à furna terrestre agradecer-lhes as exigências e os infortúnios com que te alçaram à glória dos cimos!...



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos Destas e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier


imagem - nickmartins.com.br

domingo, 25 de julho de 2010

SELO - QUEM SOU EU DEIXA MARCA


Recebi este selo da Isa, Amiga Luz, do blog http://valedosolencantado.blogspot.com.
Recomendo o blog dela pois é um lugar de paz e de profundas mensagens reflexivas. Vão gostar muito!!!

Eis a história:
Uma professora de Nova York decidiu honrar cada um de seus alunos que estavam por se graduar no colégio, falando-lhes da marca que cada um deles havia deixado. Chamou cada um dos estudantes à frente da classe, um a um. Primeiro, contou a cada um como haviam deixado marca na vida dela e na da turma. Logo presenteou cada um, com uma faixa azul, impressa com letras douradas, na qual se lia: “Quem sou deixa marca.”
Por fim, a mestra decidiu fazer um projeto de aula para ver o impacto que o reconhecimento teria na comunidade. Deu a cada aluno mais três faixas azuis e lhes pediu que levassem adiante esta cerimônia de reconhecimento. E que deveriam acompanhar os resultados, ver quem premiou quem, e informar à turma no final de uma semana.
Um dos alunos foi ver um jovem executivo de uma indústria próxima e o premiou por tê-lo ajudado com o planejamento de sua carreira. Deu-lhe uma faixa azul, e colou-a em sua camisa. Em seguida deu-lhe as duas faixas extras e lhe disse: “Estamos fazendo em aula um projeto de... ‘reconhecimento’, e gostaríamos que você encontrasse alguém a quem premiar e lhe desse uma faixa azul.”
Mais tarde, nesse mesmo dia, o jovem executivo foi ver seu chefe que tinha reputação de ser uma pessoa amargurada, e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. Então o jovem executivo lhe perguntou se ele aceitaria o presente da faixa azul e se lhe dava permissão de colocá-la em sua camisa. O chefe disse: “Bem…claro!” Então o jovem executivo pegou uma das faixas azuis e a colocou no casaco do chefe, bem sobre seu coração, e, oferecendo-lhe a última faixa, perguntou: “Poderia pegar esta faixa extra e passá-la a alguém mais a quem queira premiar? O estudante que me deu estas faixas está fazendo um projeto de aula, e queremos continuar esta cerimônia de reconhecimento para ver como vai afetar as pessoas.”
Nessa noite, o chefe chegou em casa, sentou- se com seu filho de 14 anos, e lhe disse: “Hoje me aconteceu algo incrível Estava no meu escritório e um de meus empregados veio e me disse que me admirava; então me deu uma faixa azul por me considerar um gênio criativo. Imagina! Ele pensa que eu sou um gênio criativo! Logo me pôs uma faixa azul que diz: “Quem sou deixa marca". Deu-me uma faixa extra e me pediu que encontrasse alguém mais a quem premiar. Quando eu estava dirigindo para casa esta noite, comecei a pensar a quem poderia premiar com esta faixa, e pensei em ti. Quero premiar a ti. Meus dias são muito agitados e quando venho para casa, não te dou muita atenção; grito contigo por não tirar boas notas e pela desordem em teu quarto. Por isso, esta noite, só quero sentar-me aqui e… bem… te dizer que és muito importante para mim. Tu e tua mãe são as pessoas mais importantes em minha vida. És um grande garoto e te amo muito!”
O garoto surpreendido começou a soluçar e a chorar, e não conseguia parar. Todo o seu corpo tremia. Olhou para seu pai e entre lágrimas lhe disse: “Papai, momentos atrás me sentei em meu quarto e escrevi uma carta para ti e para mamãe, explicando porque tinha tirado minha vida, e lhes pedia que me perdoassem. Ia me suicidar esta noite depois de vocês terem dormido. Eu pensava que vocês não se importavam comigo. A carta está lá em cima, mas não creio que eu vá precisar dela, depois de tudo o que conversamos.”
Seu pai subiu ao segundo piso e encontrou a carta, sincera e cheia de angústia e dor. No dia seguinte, o chefe regressou ao trabalho totalmente modificado. Já não estava amargurado, e se empenhou em fazer todos os seus empregados saberem que cada um deles faz a diferença. Por outro lado, o jovem executivo ajudou muitos outros jovens a planejarem suas carreiras, inclusive o filho do chefe, e nunca se esqueceu de recordar-lhes que eles deixavam marcas em sua vida. Ainda mais, o jovem e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa. “Quem és, deixa marca.”

Bem, eu estou passando a faixa azul . Receba tua faixa azul, pela importância que já tens na minha vida. Porque...
"Quem és, deixa marca!!"]

E aí, vamos participar???


quinta-feira, 22 de julho de 2010

A REUNIÃO DAS TREVAS


O Chefe dos Espíritos das Trevas convocou uma Convenção Mundial de obsessores.
Em seu discurso de abertura, ele disse:
Não podemos impedir os cristãos de irem aos seus templos."
"Não podemos impedi-los de ler os livros e conhecerem a verdade."
"Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com os Espíritos Elevados e Jesus."
“E, uma vez que eles ganham essa conexão com os Espíritos Elevados e Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado.”

"Então vamos deixá-los ir para seus Centros Espíritas e suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que neles organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento elevado".
"O que quero que vocês façam é o seguinte"- disse o obsessor-chefe:
"Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se de Jesus e dos Espíritos superiores."
- Como vamos fazer isto? Gritaram os seus asseclas.


Respondeu-lhes:
"Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes."
"Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado.. ."

Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios."
"Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos."

"À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho".
"Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranquila que orienta seus espíritos".
"Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais".

"Bombardeiem as suas mentes com noticias, 24 horas por dia".
"Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção
a cartazes chamativos".
"Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças".

"Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas"...
"Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos.
Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias mais rapidamente. "

"Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal."
"Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e a Sua mensagem sobre o pecado e a morte."
"Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!".

"Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro banais, apresentações artísticas mundanas e à TV entorpecedora.
Mantenha-os ocupados, ocupados."
"E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, principalmente fofocas, para que, ao saírem, o façam com as consciências comprometidas" .

"Encham as vidas de todos eles com tantas causas supostamente importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem a espiritualidade e Jesus".
Muito em breve, eles estarão buscando, em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa."

-"Isto vai funcionar!! Vai funcionar !!"
Os espíritos trevosos ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias.
Não tendo nenhum tempo para contar a outros sobre a sublimidade e o poder do Evangelho de Jesus para transformar suas vidas.

Creio que a pergunta é:
Teve o Obsessor-chefe sucesso nas suas maquinações?


Desconheço o autor


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terça-feira, 20 de julho de 2010

VIRTUDE


- Eu sou a Rosa, a rainha das flores. Sou um poema em cor.
- E tu?

- Eu sou irmã de afrodite. Deslumbro, apaixono e inspiro artistas e poetas.
Por onde passo... dizem: É a mais bela criatura do mundo! Eu sou a perfeição de um corpo de mulher.
- E quem és tu?
-Eu sou a Águia, a poderosa rainha das aves.
- E tu?
-Sou o Leão, o rei das selvas.
- Quem és tu?
-Eu? Bem vês: sou o rei da criação - o Homem.
- E tu?
-Deram-me o nome de virtude, mas não sei quem sou. Não tenho títulos nem forma.
- E aonde vives?
-Nas boas Almas que me acolhem... Sem elas eu não existiria.
- E tu, aí?
-Eu sou aquele que destrói o corpo de Afrodite e de Apolo. Os corpos das flores e do animal, servem-me de repasto. Sou o VERME, o que tudo devora: beleza e majestade...
- Tudo?
-Menos a VIRTUDE.


Desconheço o Autor


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domingo, 18 de julho de 2010

FORÇA - conto da África Ocidental


Os animais decidiram fazer um concurso para ver qual deles era o mais forte. A ideia do concurso foi do Elefante.

— Encontramo-nos todos na quarta-feira. Veremos quem tem FORÇA.

O primeiro a chegar foi o Chimpanzé, que chegou aos saltos.

— Força! Eu tenho força. Vejam só estes BRAÇOS! Esperem só até verem a minha força!

O Chimpanzé sentou-se. Chegou o Veado.

— Força! Olhem para estas PERNAS! Tenho tanta força!

O Veado sentou-se. A seguir veio o Leopardo. Mostrava as garras e rugia.

— Força! Olhem para estas GARRAS! Eu tenho força!

O Leopardo sentou-se. Depois veio o Bode, que baixou os seus chifres fortes.

— Força! Vejam estes CHIFRES! Isto é força.

O Bode sentou-se. Chegou o Elefante. Caminhava muito devagar.

— El…e…fante…significa força.

O Elefante sentou-se. Esperaram e voltaram a esperar. Faltava mais um animal. Finalmente o Homem chegou, a correr.

— Força! Força!

O Homem exibia os seus músculos.

— Eis-me aqui! Podemos começar!

O Homem tinha trazido a sua espingarda para a floresta e tinha-a escondido nos arbustos. Era por isso que estava atrasado. O Elefante encarregou-se de dar início ao concurso.

— Agora que o Homem chegou, podemos começar. Chimpanzé, mostra-nos a tua força!

O Chimpanzé deu um pulo. Correu para uma pequena árvore e trepou-a. Dobrou-a e deu-lhe um nó. Desceu da árvore e disse:

— Então? Isto não é força?

Os animais exultaram.

— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!

Depois acalmaram.

— Bem…Chimpanzé. Senta-te. O próximo!

O Veado pôs-se de pé com um salto. Correu três quilómetros em direcção à floresta. Correu outros três quilómetros de volta. Nem sequer estava ofegante. Vangloriou-se:

— Vejam só! Se isto não é força…

Os animais concordaram.

— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!

— Bem…Veado. Senta-te. O próximo!

O Leopardo pôs-se de pé e esticou as garras enormes. Começou a esgravatar a terra. Scrung…scrung…scrung…scrung… Como o pó voava! Os animais saltaram para trás. Estavam assustados. O Leopardo perguntou:

— Aaaah! Isto é força ou não é?

— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!

— Bem… Leopardo. Senta-te. O próximo!

O Bode era o seguinte. Baixou os chifres enormes. Havia por ali um campo de canas e o Bode começou a escavar o campo. Shuuu…shuuu…shuuu…shuuu… Os chifres fizeram uma estrada através do campo. O Bode voltou-se. E escavou outra estrada até ao lugar onde estavam os animais. Depois perguntou:

— Não é força, isto?

Os animais ficaram impressionados.

— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!

— Bem… Bode. Senta-te. A seguir?

A seguir vinha o Elefante. Havia muitas árvores em redor que cresciam bem juntas. O Elefante encostou o seu ombro enorme de encontro às árvores. Eeennhh…eeennhh… eeennhh…kangplong! As árvores caíram todas. O Elefante exclamou:

— Que tal? Isto não é força?

Os animais ficaram impressionados.

— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!

— Bem… Elefante. Senta-te. O próximo!

Era a vez do Homem. O Homem correu para o meio do círculo. Começou a rodopiar. Deu saltos mortais. Fez a roda. Fez o pino. Volteou em redor deles sem cessar. Depois parou e perguntou:

— Força! Força! Isto não é força?

Os animais entreolharam-se.

— Bem… foi excitante.

— Mas era força, aquilo?

— Nem por isso…

— Só sabes fazer isso?

O Homem sentiu-se insultado.

— Muito bem, então vejam isto!

O Homem subiu a uma palmeira. Tão depressa! Tão depressa! Atirou cocos da palmeira. Desceu da árvore. Perguntou de novo:

— Força! Força! Isto não é força?

Os animais olharam para ele.

— Chamarias àquilo força?

— Só subiu a uma árvore.

— Isso não é bem força.

— Há mais alguma coisa…?

O Homem estava zangado.

— Força? Eu mostro-vos o que é FORÇA!

O Homem correu para o arbusto. Agarrou na arma. Correu de novo para junto deles. O Homem apontou a arma ao Elefante. Ting… Puxou o gatilho. Kangalang!O Elefante tombou. Estava morto. Morto. O Homem dava pulos e gabava-se:

— Força! Força! Isto não é FORÇA?

O Homem olhou em redor. Os animais tinham ido embora. Tinham fugido para a floresta.

— Força!…

Não havia ninguém para o ouvir gabar-se. O Homem estava sozinho. Na floresta, os animais juntaram-se a um canto para trocar impressões.

— Viste aquilo?

— Era força aquilo?

— Chamarias àquilo força?

— Não. Aquilo era MORTE.

— Aquilo era MORTE.

A partir desse dia, os animais não voltaram a caminhar com o Homem. Quando o Homem entra na floresta, tem de caminhar sozinho. Os animais ainda falam do Homem… Da criatura Homem… O Homem é aquele que não conhece a diferença entre força e morte.


Margaret Read MacDonald
Peace Tales
Arkansas, August House Publishers, Inc., 2005


endereço: http://contadoresdestorias.wordpress.com

imagem: simplesana.zip.net

quinta-feira, 15 de julho de 2010

EM CASO DE DESPRESSURIZAÇÃO


Eu estava dentro de um avião, prestes a decolar, e pela milionésima vez na vida escutava a orientação da comissária: "Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado." E a imagem no monitor mostrava justamente isso, uma mãe colocando a máscara no filho pequeno, estando ela já com a dela.É uma imagem um pouco aflitiva, porque a tendência de todas as mães é primeiro salvar o filho e depois pensar em si mesma. Um instinto natural da fêmea que há em nós. Mas a orientação dentro dos aviões tem lógica: como poderíamos ajudar quem quer que seja estando desmaiadas, sufocadas, despressurizadas?Isso vem ao encontro de algo que sempre defendi, por mais que pareça egoísmo: se quer colaborar com o mundo, comece por você.Tem gente à beça fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada. Trabalham naquilo que não gostam, não se esforçam para manter uma relação de amor prazerosa, não cuidam da própria saúde, não se interessam por cultura e informação e estão mais propensos a rosnar do que a aprender. Com a cabeça assim minada, vão passar que tipo de tranqüilidade adiante? Que espécie de exemplo? E vão reivindicar o quê?Quer uma cidade mais limpa, comece pelo seu quarto, seu banheiro e seu jardim.Quer mais justiça social, respeite os direitos da empregada que trabalha na sua casa.Um trânsito menos violento, é simples: avalie como você mesmo dirige.E uma vida melhor para todos? Pô, ajudaria bastante pôr um sorriso nesse rosto, encontrar soluções viáveis para seus problemas, dar uma melhorada em você mesmo.
Parece simplório, mas é apenas simples. Não sei se esse é o tal "segredo" que andou circulando pelos cinemas e sendo publicado em livro, mas o fato é que dar um jeito em si mesmo já é uma boa contribuição para salvar o mundo, essa missão heróica e tão bem intencionada.Claro que não é preciso estar com a vida ganha para ser solidário. A experiência mostra que as pessoas que mais se sensibilizam com os dilemas alheios são aquelas que ainda têm muito a resolver na sua vida pessoal. Por outro lado, elas não praguejam, não gastam seu latim à toa: agem. A generosidade é seu oxigênio.Tudo o que nos acontece é responsabilidade nossa, tanto a parte boa quanto a parte ruim da nossa história, salvo fatalidades do destino e abandonos sociais. E, mesmo entre os menos afortunados, há os que viram o jogo, ao contrário daqueles que apenas viram uns chatos. Portanto, fazer nossa parte é o mínimo que se espera.Antes de falar mal da "Caras", pense se você mesmo não anda fazendo muita fofoca. Coloque sua camiseta pró-ecologia, mas antes lembre-se de não jogar lixo na rua e nem de usar o carro desnecessariamente. Reduza o desperdício na sua casa.Uma coisa está relacionada com a outra: você e o universo. Quer mesmo salvá-lo? Analise seu próprio comportamento. Não se sinta culpado por pensar em si próprio. Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Agora sim, estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se faz.

Martha Medeiros
O Globo: 07/10/2007



Imagem: Internet

terça-feira, 13 de julho de 2010

CONTENTAMENTO


Não ponha seus sonhos em lugares altos
demais onde suas mãos não poderão alcançá-los.
Mesmo se a vida parece ilimitada,
nós possuímos nossos limites e esperar por algo que está
muito além pode nos impedir de olhar à nossa volta.
Buscamos longe flores que poderíamos
encontrar em nosso jardim,
porque o que está distante sempre parece encoberto
por uma neblina que elimina toda imperfeição.
Não nos prepararam para aceitar as coisas ou as
pessoas como elas chegam,
com muita ou pouca bagagem,
com força ou sem muita vontade.
Então desenhamos na nossa mente e fotografamos
no nosso coração algo que só pode existir
atrás da linha da realidade.
E nos pomos a esperar...
Nos tornamos assim culpados de uma
solidão da qual culpamos a vida ou os demais.
Nos negamos a aceitar,
pedindo ainda que aceitem a nós,
e continuamos esperando pelo que o amanhã
vai nos trazer.
Envelhecemos sem sair do lugar,
sonhando ainda e além,
mas sem provar da vida nesses mínimos detalhes,
nem sempre coloridos e perfeitos tais raios de arco-íris,
mas reais o bastante para nos fazer sentir vivos.
Não... não ponha seus sonhos além do que
os seus braços alcançam.
Aprenda que ser feliz é buscar o contentamento
do prazer de cada instante.
Aprenda a ser flexível e menos exigente.
Ria de bom coração quando tiver que
rir e não permita que as mágoas te impeçam
de viver o minuto seguinte.
Preciosa é a vida e preciosos são os que amamos.
Preciosos ainda são aqueles que nos amam,
os que cativamos.
Precioso é o hoje,
é o que temos, é o que tocamos.
É essa realidade, nem todo o tempo bonita,
mas ainda assim a nossa contribuição
para a história do mundo.

Letícia Thompson


endereço: internet
imagem: abrigodossabios-paulo.blogspot.com

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