quarta-feira, 1 de junho de 2016

O CAMINHO ESPIRITUAL



Chuang Tzu relata que, certa vez, um rapaz cheio de dúvidas em relação ao caminho espiritual procurou Lao Tsé. - Por favor, ajude-me - disse o jovem - vim até o senhor porque não consigo entender certas coisas. 

Quando não consigo fazer o bem, machuco outras pessoas. Mas, quando faço o bem, às vezes, machuco a mim mesmo. Sou negligente se não cumpro com o dever de ser bondoso. Porém, se cumpro com esse dever prejudico a mim mesmo. Como posso resolver isso? 

- Você realmente está confuso, - respondeu Lao Tsé - está tentando medir o meio do mar com uma vara de dois metros. 

Você deseja uma resposta? Observe uma criança! Ela não se preocupa com relatórios sobre si mesma... é desinteressada... age com espontaneidade. Ela é parte da corrente... não fica procurando respostas o tempo inteiro, mas, é conduzida a elas. Esse é o início da perfeição!

Podemos sofrer por inúmeras razões. Até mesmo por desejarmos melhorar. Isso soa estranho! Como podemos sofrer por aspirarmos à perfeição e à felicidade? 

O desejo pode ser uma faca de dois gumes. Se queremos melhorar o nosso comportamento porque descobrimos que isso, por si só, nos torna felizes e nos dá prazer, então temos um motivo correto. No entanto, se desejamos adquirir virtudes e cultivar qualidades por acreditarmos que, com isso, seremos reconhecidos e bem tratados pelas outras pessoas, então apenas criamos mais um problema. 

Ou se é bondoso porque se é, ou não se é bondoso. As recompensas que advêm da prática do bem, não devem ser esperadas. Quem é verdadeiramente virtuoso é desinteressado como uma criança. Pratica o bem sem pensar em retorno para si. 

Lao Tsé nos diz no Tao te King: "Quem dá valor a si mesmo, não é valorizado. Quem se julga importante, não merece importância. Quem louva a si mesmo, não é grande." 


texto - www.minuto.poetico.nom.br
imagem - http://paipedrodeogum.blogs.sapo.pt

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