terça-feira, 7 de maio de 2013

MÃE

 Mãe sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes
e tenta adivinhar todas as nossas vontades

É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.
Quando se é adolescente,a gente pensa que viveria melhor sem ela,mas é erro de cálculo.
Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo,
já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados
e passando fome.

Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos.
O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro.
Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai
nos deixar endividado por 20 anos.

O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito.
Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente.

Não consegue enxergar através.
Não detecta nossa tristeza,nosso queixo que treme,nosso abatimento.
O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos
para enfeitar ele próprio,como se fôssemos objetos de decoração do planeta.
O mundo não tira nossa febre,não penteia nosso cabelo,
não oferece um pedaço de bolo feito em casa.

O mundo quer nosso voto mas não quer atender nossas necessidades.
O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui.
O mundo não tem doçura,não tem paciência, não pára para nos ouvir.
O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância,das nossas notas no colégio,
de como foi duro arranjar o primeiro emprego.
Para o mundo, quem menos corre, voa.


Mãe é de outro mundo.

É emocionalmente incorreta:
exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática,
chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção.

Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, selecionaos mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.

Mãe é de graça."

(MARTHA MEDEIROS )


texto e imagem - internet

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